Desde que o Flamengo anunciou seu novo treinador para dar início ao novo projeto do clube, realizei uma pesquisa para o melhor entendimento de como essa equipe deverá se comportar taticamente.

Pude observar que o fator comum em praticamente todos os trabalhos do Paulo Sousa é o posicionamento de seus times com a bola. Como o próprio Mister Paulo frisou em suas entrevistas, o treinador não abre mão do protagonismo das ações dentro da partida.

Para um melhor entendimento do posicionamento dos seus times, imaginem dois blocos distintos:

Cinco jogadores praticamente o tempo todo por fora do bloco ofensivo do adversário, os outros cinco jogadores distribuem-se mais avançado, dois deles sempre abertos nem sempre espetados na linha defensiva, eles podem recuar ou avançar de acordo com a marcação do bloco adversário.

Pelo corredor central a movimentação é semelhante, os três jogadores centrais movimentam-se para executar as jogadas, inclusive nem sempre recuando e avançando e sim trocando de posição para dificultar a marcação, e dependendo da necessidade do jogo um desses meio campistas tem liberdade para projetar-se ao ataque e participar por dentro do bloco adversário.

Você deve estar se perguntando, mas para que serve esse tipo de movimentação?

Mesmo que o treinador tenha esse modelo de posicionamento praticado em todos os times que treinou, todas as decisões do que fazer dentro do jogo dependem do que o adversário propõe, e com certeza depende muito das características dos jogadores que o Paulo tenha em seu plantel.

Algumas ações por definição de modelo de jogo do Paulo, são muito agradáveis quando imaginamos sendo executadas pela equipe do Flamengo.

Por exemplo quando suas equipes enfrentavam um oponente que adiantava a marcação, a estratégia eram toques curtos na linha baixa, atraindo o bloco adversário subindo suas linhas gerando espaço no corredor para o lançamento, forçando a disputa na linha defensiva adversaria, imaginando isso com a equipe do Flamengo, Bruno Henrique poderia fazer muito bem esse tipo de jogada, ou até mesmo o Pedro recebendo essa bola fazendo a proteção e articulando a jogada.

O objetivo desse tipo de jogada é aproveitar a marcação do adversário descompactada, e aproveitar o espaço causado pelo bloco alto. Essa jogada é muito bem trabalhada em todos os times do Paulo Sousa.

E contra equipes fechadas?

No Brasil poucos times dever subir a marcação contra o Flamengo como de costume as equipes por entenderem que o time tem jogadores muito qualificados, provavelmente jogarão com blocos baixos bem compactos dificultando esse tipo de ação.

Ao encontrar equipes mais retrancadas Paulo Sousa adota uma estratégia mais paciente, trabalhando uma tática mais horizontal circulando mais a bola, invertendo o jogo, causando o balanço do adversário, e assim buscando os espaços sempre com intensidade.

E para atacar blocos recuados 4 jogadas de finalização são bastante utilizadas em todos os times comandados pelo português, a principal delas é buscar a movimentação dos atacantes por trás da defesa, esse tipo de movimentação é muito bem executadas por suas equipes, mostrando a capacidade de organização de suas equipes.

Uma jogada que é o cartão de visita de seus trabalhos é a troca constante de passes por dentro do bloco defensivo do adversário, é um tipo de jogadas mais difícil, pois com blocos recuados a tendência é a diminuição do espaço, porém com a qualidade do setor ofensivo do Flamengo com Arrascaeta, BH, Gabigol, Everton, essa execução pode ter muito sucesso.

Aproveitando as características do elenco flamenguista, as jogadas pelos flancos devem ter grande utilização, Paulo gosta muito da inversão rápida pelas laterais, forçando o 1 contra 1 e partir para cima da marcação, por conta disso imaginamos que ele deva escalar jogadores com esse poder de velocidade de drible, Michael com certeza vai ser uma arma muito usada nas mãos do treinador.

Outra definição de jogadas de ataque que o treinador usa muito são os chutes de fora da área, não é muito a característica do Flamengo, mas com a chegada do treinador esse tipo de jogadas será mais executada.

Um diferencial muito interessante do novo treinador é o comportamento tático do time sem a bola, durante sua carreira de treinador Paulo costuma trabalhar o time de diferentes maneiras quando está sem a bola, mostrando um leque de formações táticas bem heterogenias, o que não é muito comum em terras tupiniquins.

No Basel e na Fiorentina Paulo quando perdia a posse de bola recompunha o time usando o 4-4-2, com os extremos acompanhando os laterais adversários, ou fazendo a cobertura caso o lateral saísse para caçar.

No Bordeau, ele utilizava o 5-4-1 sem a bola, ele mantinha as linhas mais definidas, sempre muito bem postada.

Na Polônia, quando o time estava sem a bola ele apostava na formação tática do 5-3-2

Desenho táticos distintos, mas que não alteravam o comportamento das equipes, como falado anteriormente, Paulo não abre mão do protagonismo das ações do jogo.

Agora é esperar para ver como essa equipe do Flamengo irá executar essas estratégias, no Brasil Paulo vai encontrar um calendário totalmente insano, tendo que trabalhar muito bem a questão física dos jogadores para um melhor aproveitamento de suas ideias e intensidade durante o ano.