O Confiança vem de dois empates seguidos. Um diante do Sergipe, no Clássico Maior, pelo placar de 1 a 1, e outro diante do Atlético Gloriense, por 2 a 2. No primeiro embate o desempenho foi satisfatório apesar do resultado, no segundo o pontinho conquistado foi lucro.

Porém, um desempenho constante nos jogos recentes deste início de temporada vem chamando atenção: Trata-se do volante Vinícius Barba. A subida de desempenho tem alguns pontos interessantes que influenciam e potencializam características fortes do jogador. Algo explorado inteligentemente pelo treinador Luizinho Lopes que já o conhece há algum tempo.

Na Série B de 2021, Barba chegou ao time já do meio pro final da competição. Mas, nas partidas que fez ocupou a função de segundo volante, já que Madison era titular absoluto na cabeça de área como o volante pegador, marcador. Já este ano, Luizinho vem escalando o jogador como esse primeiro homem, que embora não tenha a mesma pegada qualifica muito a saída de bola.

O posicionamento novo fica evidente na saída de jogo do time. Os dois zagueiros, Adalberto e Nirley, costumam arriscar passes mais verticais – principalmente o primeiro citado – e por conta disso Barba se posiciona muitas vezes atrás deles, como a imagem abaixo deixa bem claro. Portanto, o Dragão forma uma linha de três, o que dá mais liberdade para o agora camisa cinco desafogar o jogo com bons passes curtos e também mais esticados.

Reprodução transmissão ITTV

Algo que facilita ainda mais o desenvolvimento de jogo de Vinícius é a facilidade em inverter o jogo utilizando os dois pés para forçar o passe longo. Diante do Sergipe e do Atlético Gloriense foi algo bastante comum de se ver, com praticamente nenhum erro, fazendo com que o Dragão saísse de situações mais apertadas para rapidamente acelerar as jogadas de contra-ataque – arma forte do time comandado por Luizinho Lopes.

Calcanhar de Aquiles

Entretanto, apesar da boa fase do jogador, Luizinho precisa ainda encontrar soluções para arrumar o sistema defensivo, principalmente nas laterais, já que Barba sozinho não tem o poder de marcação tão forte para cobrir as subidas e também não vem contando com auxílio dos jogadores escalados como segundo volante, casos de Rafael Vila e Diego Lorenzi, que ainda não desempenharam bem até aqui.

No futebol moderno, principalmente se tratando dos times europeus, até muitas vezes é possível ver times que jogam sem um marcador necessariamente na cabeça de área. Um exemplo é o atual campeão da Champions League, o Chelsea. Apesar de contar com um exímio marcador, o volante N’golo Kanté, quem joga como primeiro homem é Jorginho, que apesar de possuir habilidades defensivas sólidas, não é necessariamente um cabeça de área, sim um construtor.

Mas, apesar dessa mudança de posicionamento citada, defensivamente os Blues tem um poder de marcação sólido, pois Kanté consegue marcar muito bem, fazer coberturas e ocupar espaços, mesmo tendo liberdade para subir. Antes que se entenda algo completamente diferente a comparação não é em qualidade técnica, mas sim em característica de atletas.

Barba pode ser mantido na função em que vem fazendo no Confiança, entretanto Luizinho Lopes ainda precisa aprimorar essa ideia tática, encontrar peças no elenco – ou junto com a diretoria ir ao mercado – para continuar potencializando algo que vem dando certo e corrigir os pontos fracos desse mesmo benefício gerado. Erros e acertos surgem em um momento de mudanças, como agora no início de temporada, cabe ao comandante preencher as lacunas.