Nem o torcedor mais pessimista projetaria o início de temporada que o Avaí está vivendo. Após conseguir o acesso à Série A e começar 2022 energizado por uma nova diretoria, o ano do Leão da Ilha já está cheio de turbulências após somente nove jogos.
O Avaí começou o ano perdendo a Recopa Catarinense para o arquirrival Figueirense, em casa. Cinco jogos depois, demitiu Claudinei Oliveira, técnico campeão estadual e comandante do acesso em 2021. A partir disso, mais duas derrotas e um empate, e o time, projetado como grande favorito ao título, ocupa a penúltima posição do Campeonato Catarinense 2022 faltando apenas três jogos para o fim da fase classificatória.
Anunciado no início da semana, Eduardo Barroca já comandou o time na derrota para o Camboriú por 1 a 0, em jogo que o Avaí teve uma série de desfalques e mais uma atuação pobre. Sem poder poupar jogadores por causa da pressão que vive, o Leão entra em uma semana crucial da temporada e precisa achar soluções imediatas.
Ataque inoperante
Em nove jogos no ano, o Avaí marcou apenas três gols (dois no Catarinense) e sofreu sete (quatro no estadual). O Leão tem apenas uma vitória, três empates e cinco derrotas, com o pior ataque entre as 12 equipes na disputa pelo título de Santa Catarina.
Jogos do Avaí no ano
Recopa Catarinense
Avaí 1-3 Figueirense
Campeonato Catarinense
Marcílio Dias 0-0 Avaí
Avaí 0-1 Chapecoense
Avaí 2-0 Barra
Juventus 0-0 Avaí
Avaí 0-1 Próspera (demissão de Claudinei)
Brusque 1-0 Avaí
Avaí 0-0 Joinville
Camboriú 1-0 Avaí (estreia de Barroca)
O principal problema do Avaí até agora é, sem dúvidas, o ataque. O time só balançou as redes em duas partidas em 2022 - derrota para o Figueira e vitória sobre o Barra.
As contratações feitas do meio para a frente são, até agora, nulas. Paulo Baya e Quirino acrescentam pouco e não são confiáveis, enquanto Muriqui, fora de forma, é uma sombra do jogador que atuou em Florianópolis em sua primeira passagem, há mais de uma década. Morato estreou no segundo tempo contra o Camboriú e ainda teve pouco tempo para se mostrar.
Além disso, os destaques do time de 2021 também estão em um nível abaixo. Vinícius Leite continua sendo o jogador mais regular e criativo, mas com pouco poder de decisão, enquanto Copete, Renato e Rômulo produzem muito menos do que já fizeram em outros momentos. O que pode explicar isso é, além da fase ruim, a sequência de jogos ininterruptos.
Desfalques
A sequência de jogos, mesmo sem bons resultados, começa a pesar para o Avaí. Contra o Camboriú, Barroca não pode contar com Douglas e Eduardo, suspensos. Vinícius Leite, Copete e Diego Matos foram poupados por desgaste físico. Betão, em protocolo de concussão, e Raniele, Lourenço e Jean Cleber, com lesões, também ficaram de fora. O recém-chegado treinador promoveu a estreia do jovem Macaé entre os titulares no meio-campo e teve um banco recheado de jogadores de base, a maioria com pouca ou nenhuma experiência no time principal.
O que vem por aí
O Avaí enfrenta neste sábado (19) o Concórdia, quinto colocado, na Ressacada, pela nona rodada do Campeonato Catarinense, precisando da vitória para afastar o risco de rebaixamento. Para esta partida, Barroca não vai contar com Bruno Silva, jogador mais regular do time e que atuou em todas as partidas até agora, e também Arthur Chaves, ambos suspensos, enquanto espera o departamento médico avaliar os outros jogadores.
Depois desse confronto já importante, os jogos serão ainda mais decisivos. O Leão enfrenta na terça-feira (22) a URT, em Minas Gerais, na primeira fase da Copa do Brasil, em confronto que vale R$ 1 milhão em premiação. Para um time com muitas limitações financeiras, uma partida crucial para o restante da temporada.
Já no sábado (26) o Avaí terá pela frente o reencontro diante do Figueirense, no Scarpelli, na penúltima partida do Catarinense. O Furacão também está em situação incômoda - na nona colocação, dois pontos à frente do arquirrival - e joga no mesmo dia que o Leão na Copa do Brasil. Esse jogo, se tudo der errado para o time da Ressacada, pode decretar o inimaginável rebaixamento do Leão no estadual.
Com pouquíssimo tempo para trabalhar, sob pressão e com o frágil elenco ainda desfalcado, Barroca tem um desafio grande nos próximos dias: três jogos decisivos para encontrar soluções para tirar o Avaí do buraco e começar a pensar grande na temporada.