As escritas positivas e negativas continuam para a Seleção Brasileira: invencibilidade diante da Holanda e a falta de vitórias contra a França. O Torneio Internacional, que contou com duas equipes no Top 10 do Ranking da Fifa, deram dificuldades para as comandadas de Pia Sundhage. Nas duas primeiras rodadas, foi nítido a falta de ofensividade, sem contar a transição lenta do meio para o ataque.

Diante da modesta Finlândia, o Brasil teve mais volume de jogo e finalizou 26 vezes, sendo seis em direção ao gol. As melhores oportunidades, se é que podemos chamar assim, aconteceram no primeiro tempo, mas apenas duas de real perigo. Após boa jogada de Ary Borges, que teve boa atuação na competição, a meia cruzou rasteiro. Marta testou Korpela, que defendeu à queima-roupa. Posteriormente, Debinha chutou dentro da área e Westerlund tirou de cabeça em cima da linha. 

No segundo tempo, a equipe perdeu a intensidade e pouco ameaçava as Corujas Reais, como é conhecida a seleção finlandesa. Ana Vitória, que precisou substituir a lesionada Duda, deu algumas emoções ao ataque verde e amarelo, bem como as boas subidas de Rafaelle. Afinal, é isso que falta. Emoção. A Seleção Feminina se mostra bem resolvida na parte defensiva, porém é precária na parte ofensiva. Tivemos apenas dois gols em todo o torneio, feito por Marta. Ambos de pênaltis.

Pelo fato de ser um torneio amistoso, o resultado é o menos importante. Todas as seleções entraram em campo pensando em testes. Pia modificou a zaga na primeira partida, houve cinco substituições na segunda e três na última. Apenas Debinha, Kerolin, Ary Borges e Tainara participaram de todos os jogos. As duas últimas foram o saldo positivo, além da Rainha jogar perto do gol, algo que não aconteceu nas Olimpíadas. De ponto negativo, o fato de Tamires ficar isolada no lado esquerdo. 

Em modo geral, a Seleção Feminina sofre com a demora de decisões e fica perdida quando encara times com mais posse de bola, bem como ocorreu contra a França, em que houve bastante erros de passes e a inoperância no ataque ficou evidente. 

É preciso ter paciência com uma seleção em busca da renovação, mas o Torneio Internacional da França evidenciou a fraqueza do ataque, falta de variações táticas e uma atacante para ajudar a decidir. O time encerra a participação com dois empates e uma derrota. Mudanças serão necessárias para vislumbrar um futuro melhor. O Brasil terá mais dois amistosos antes do principal desafio da temporada: a Copa América, que ocorrerá entre 8 e 30 de julho, na Colômbia, na qual a camisa canarinho entra como favorita.