Na noite desta quarta-feira (27), o Grêmio venceu a equipe do Operário fora de casa por 1 a 0, com gol de Elias, pela quarta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Apesar da atuação apagada do tricolor, um episódio fora das quatro linhas acabou tirando Roger Machado do sério, quando os torcedores do Operário cantavam e gritavam coisas extremamente ofensivas para sua esposa, que sequer estava no estádio. Com isso, o treinador acabou retrucando a torcida no final da partida.

"Eu tenho trinta anos de futebol, adaptado a esse ambiente muitas vezes hostil, que a gente encontra jogando como visitante, mas é a primeira vez em trinta anos que eu vejo em coro minha família ser xingada, minha esposa ser xingada. Então, esse episódio lamentável que eu reagi com xingamentos no final do jogo com a torcida, é justificado por isso. Não me orgulho do que eu faço, porém preciso explicar."

Sobre a partida, jogando fora de casa contra uma equipe que se posiciona bem, que vinha trazendo dificuldades para o tricolor até pouco depois da metade do primeiro tempo, as modificações táticas em campo foram cruciais. Inclusive, limitando um pouco André Lima, que fazia uma ótima partida.

"A gente jogou o jogo que tinha que fazer. Uma equipe muito bem posicionada e que nos gerou um problema até perto dos trinta minutos, onde eu optei por mudar um pouco a configuração do nosso tripé, impedindo uma saída mais qualificada do André Lima, que estava gerando um desequilíbrio. A medida que nós bloqueamos a iniciação pela jogada a partir dele, deixando a partir dos zagueiros, a gente equilibrou um pouco mais o jogo."

O Grêmio não foi tão criativo como vinha sendo nas outras partidas, como por exemplo, contra a Chapecoense — apesar da derrota, e contra o Guarani. No entanto, conseguiu converter uma, das poucas que tiveram, e impediram o adversário de fazer o mesmo.

"Criamos o suficiente para vencer, fomos eficientes. Não criamos como nos outros jogos, mas é uma vitória consistente, que nos coloca acima da tabela e que no sábado a gente tenha condição de confirmar, esses pontos que nós conquistamos fora, se confirma jogando em casa. Em tese, recuperando os pontos que deixamos contra a Chapecoense."

Sobre a entrada de Elias — autor do gol — e a liberação do Bitello para atuar próximo do Diego Souza, mais centralizado, trouxe ao Grêmio um poder de criação melhor e mais certeiro nos posicionamentos.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Foto: Divulgação/Grêmio

"Quando nós invertemos o tripé, o Bitello já estava liberado para entrar por dentro do campo. A diferença é que, mais centralizado, ele tem os dois lados para cair e parece um volume maior de jogo, porque ele anda pelo campo inteiro e por vez aparenta uma liberdade maior. A entrada do Elias nos da a condição de ter um jogador agudo. Diferente do Campaz, que nesses últimos jogos não tem conseguido repetir as boas atuações que teve até o final do campeonato Gaúcho, mas faz parte e a gente vai tentando pegar o melhor momento de cada atleta."

Ainda sobre Elias e a sua atuação nesta partida, em específico, o treinador destacou alguns pontos que trouxe um diferencial para o tricolor conseguir o gol da vitória.

"O Elias deu profundidade e teve agressividade na hora de finalizar para o gol. A combinação dessas velocidades pelas beiradas, com pivô do Diego, com controle técnico do Bitello — que controla muito tecnicamente o meio, nos levou para a partida novamente e nos deu a condição de tirar o zero do placar."

Sobre a escolha por Benítez, se deu pelo fato da necessidade de impedir a qualidade de André Lima e com o tripé invertido, a formação favorecia o atleta. Além do quesito de controle de jogo, também pesou o fato da qualidade do jogador poder achar um passe decisivo em profundidade, que pudesse gerar um novo gol para o Grêmio.

O time gaúcho volta a campo no sábado (30), contra o CRB na Arena do Grêmio, às 16h30.