Enfim, resolvida a situação pela definição do palco de Nova Iguaçu x Vasco. A partida será disputada no Maracanã no próximo domingo (17).
O jogo, que já tinha sua data marcada há pouco mais de uma semana, ainda não tinha a sua definição de lugar de disputa. Isso, pois havia um imbróglio pela aprovação do uso do Maracanã, plano inicial do Nova Iguaçu, mandante da partida, como local do confronto.
O que aconteceu?
O Maracanã, que é gerenciado pelo consórcio Fla-Flu, composto por Flamengo e Fluminense, vinha tendo um atraso na confirmação da possibilidade de sediar a partida no estádio durante o próximo domingo.
O presidente do Nova Iguaçu, Jânio Moraes, havia feito ofício solicitando o uso do estádio na última segunda-feira (11). O prazo técnico final para definição do local da partida foi na última quarta-feira (13), às 12h.
Mesmo tendo enviado o ofício com alguma antecedência, o presidente não obteve a resposta do consórcio. Assim, em virtude do prazo técnico expirante, se viu obrigado a indicar algum palco para a partida. Ele o fez, indicando o estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
Qual foi o problema?
Em virtude da indicação do palco da partida para o estádio Raulino de Oliveira, o consórcio Maracanã entendeu que o oficio que havia sido enviado na segunda-feira (11) pelo presidente do Nova Iguaçu perdeu o seu objeto.
Com isso, cancelou a solicitação de uso do estádio para o próximo domingo (17).
O problema foi que isso gerou muita insatisfação nos torcedores, mas também no Vasco da Gama. O clube entendeu que, por mais uma vez, o consórcio Fla-Flu, de forma abusiva, vetava o uso do estádio, que é um bem público.
Assim, o clube soltou uma nota oficial repudiando por completo a situação, indicando não só chateação, mas também sensação de injustiça: "Um Maracanã de poucos faz mal ao futebol. É, no mínimo, lamentável a dificuldade em se jogar no estádio. Esses poucos nobres, encastelados, não percebem o dano que causam ao campeonato e ao espetáculo, afastando o torcedor de um dos maiores palcos do esporte. Por que não, então, uma gestão compartilhada? Por que não? Estamos dispostos a administrar com todos e para todos. Pelo bem do futebol, do Rio e por um #MaracanãParaTodos."
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Poucas horas depois, o Nova Iguaçu também publicou uma nota oficial, dando o seu parecer sobre a situação e deixando claro que havia feito sua parte para que o jogo fosse ser disputado no Maracanã: "Na última segunda-feira (11), o Nova Iguaçu solicitou ao consórcio que administra o Maracanã o uso do estádio para sediar o jogo de volta da semifinal do Campeonato Carioca contra o Vasco da Gama. Entretanto, o clube não obteve respostas positivas sobre a solicitação. Por conta do tempo hábil para definir as operações da partida, o clube teve que entrar em contato com a FERJ, e foi orientado a indicar outro estádio. Assim, o Nova Iguaçu indicou o Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda."
No que isso acarretou?
Após os dois clubes soltarem notas sobre a situação, foi a vez dos meios oficiais se posicionarem. Primeiro, o consórcio do Maracanã divulgou nota se pronunciando sobre o acontecido. Essa foi a nota:
"No dia 11.03.2024, o NOVA IGUAÇU FUTEBOL CLUBE ("Nova Iguaçu") expediu Ofício solicitando informações acerca da possibilidade de liberação do Estádio Jornalista Mário Filho ("Maracanã"), no dia 17.03.2024, às 16hs, para realização da partida válida pelo segundo jogo da semifinal do Campeonato Carioca 2024, a ser disputada entre as equipes do Nova Iguaçu e do Vasco da Gama. Ocorre que a Federação de Futebol do Rio de Janeiro ("FER]") oficializou o Estádio Municipal Sylvio Raulino de Oliveira, localizado no Município de Volta Redonda, como palco da referida partida de futebol, antes que fosse apresentada resposta por parte do Complexo Maracanã. Dessa forma, entende-se que a solicitação em epígrafe perdeu seu objeto, restando prejudicado o pedido."
Em seguida, foi a vez do governador Cláudio Castro se posicionar por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais.
Nele, o governador rebate acusações de ter tido alguma influência no processo pela definição do palco da partida e busca apaziguar-se com os torcedores do Vasco. Essas foram as suas falas no vídeo:
"Fala, pessoal, sobretudo o torcedor vascaíno, queria fazer um esclarecimento importante. Em primeiro lugar, não há, nunca houve e não vai haver nada contra o Vasco vindo do Governo do Estado. No último domingo, me ligaram para avisar que o Vasco entraria em campo com a camisa escrita "Maracanã para todos". Avisei a FERJ que o governo não tinha nada a ver com isso. No dia seguinte, me ligaram o deputado Anderson Moraes e o presidente do Nova Iguaçu, falando que o Nova Iguaçu gostaria de jogar no Maracanã. Eu disse que era bem-vindo o jogo, que estava liberado Vasco e Nova Iguaçu jogarem. Não sei porque adiaram o jogo. Quero garantir para você, torcedor do Vasco e do Nova Iguaçu e para as duas diretorias, o Maracanã está à disposição de qualquer jogo. Se a FERJ e o mandante (Nova Iguaçu) quiserem fazer o jogo lá, podem fazer."
Por fim, quem se posicionou foi a federação esportiva do estado (FERJ), que em nota, repudiou os posicionamentos de Vasco e Nova Iguaçu, indicando que foram tiradas conclusões injustas por parte dos clubes. Confira a nota na íntegra:
"A FFERJ, em relação ao local da partida entre Nova Iguaçu FC x Vasco da Gama SAF, vem a público esclarecer e informar: 1-Por força do Regulamento da Competição, aprovado por unanimidade pelos clubes, cabe ao clube mandante o direito de indicar o estádio para o seu jogo; 2-Assim como coube ao Vasco da Gama SAF indicar o estádio do Maracanã, na primeira partida, quando mandante, o mesmo direito coube unicamente ao Nova Iguaçu a escolha e indicação do estádio Raulino de Oliveira, amparado pelo direito de o fazer, na condição de mandante; 3-A FERJ tem a função de cumprir e fazer cumprir a vontade dos clubes manifestada nos regulamentos por eles aprovados, desde que observados os aspectos legais; 4-A FERJ não teve nenhuma interferência na opção, escolha e indicação dos estádios, cujos fundamentos para tal não lhe cabe discutir, vez que não afrontam ou transgridem normas legais; 5-A FERJ afirma conhecer da neutralidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do seu Governador Claudio Castro, quanto à qualquer ingerência nas partidas realizadas ou deixadas de realizar no Maracanã; 6-Por fim, entende como injustas e equivocadas conclusões diversas das que aqui foram apresentadas e requer o testemunho e manifestação pública dos clubes envolvidos."
Como foi a resolução do caso?
Todas essas notas foram publicadas na tarde e na noite da última quarta-feira (13). Às 00h da quinta-feira (14), o Vasco publicou outra nota.
Nela, indica que, em comum acordo com o Nova Iguaçu, reitera seu desejo em jogar no Maracanã e aguarda o aceite, por parte do consórcio que gere o estádio, para que a partida possa ser disputada lá. Confira:
"Em reunião há pouco, após os últimos desdobramentos, Nova Iguaçu e Vasco da Gama, reiteraram o entendimento de jogar no Maracanã. Aguardam, então, o envio à FERJ, pelo consórcio, da autorização do uso do estádio, solicitada na manhã da última segunda-feira, para a realização da partida e o início urgente da venda dos ingressos. Acreditamos ser esse o melhor para o futebol, para o Rio e para o próprio Maracanã."
Após a publicação dessa nota, ainda de madrugada, a FERJ convocou reunião na sede da federação, localizada próximo ao Maracanã, com representantes dos dois clubes, do consórcio e com o presidente.
Nessa reunião, que ocorreu pela manhã dessa quinta-feira (14), ficou definido que o palco da partida será sim o Maracanã. Com isso, o palco da partida já foi oficializado pela federação e já consta nos meios oficiais.
Além disso, os clubes também já informaram, pelas suas redes sociais oficiais, sobre a mudança do palco da partida.
A previsão para abertura da venda de ingressos é para a tarde dessa quinta-feira (14). Ainda não se teve notícia sobre horário estipulado para tal.
Final feliz para os torcedores, que poderão, por mais uma vez, prestigiar o seu time num templo do futebol como o Maracanã.