Pela primeira vez na história, o Super Bowl será disputado em um campo ao ar livre em uma cidade que vive um inverno rigoroso e, segundo as previsões meteorológicas, o frio no MetLife Stadium tenderá a permanecer firme e forte durante o jogo, inclusive com as temperaturas variando entre -3 e -7°C, com isso, tanto Denver Broncos como Seattle Seahawks deverão encontrar dificuldades durante a partida.

Com as temperaturas tão baixas, além do corpo dos atletas corresponderem de maneira diferente, aumentando a dificuldade para a realização de movimentos bruscos e precisos, o que explica o fato dos quarterbacks sofrerem tanto sob frio intenso, quem também sofre é a bola do jogo, que, devido ao frio, sua espessura e peso sofrem alterações mínimas, mas que vem a calhar na imposição de dificuldades no decorrer do jogo, sobretudo para os kickers que necessitam colocar uma força superior no chute em partidas geladas.

Quem também pode acrescer a quantidade de empecilhos de uma partida de futebol americano são os ventos. A previsão é de que eles estejam intensos, neste domingo, enquanto o Super Bowl estiver acontecendo, o que complica muito tanto os passes dos quarterback como também o chute dos kickers, tudo isso porque a bola tende a sofrer uma alteração em sua trajetória enquanto viaja.

Embora, na teoria, jogar sob baixa temperatura traga muitas dificuldades, estudos realizados por algumas empresas de estatísticas norte-americana retratam que, na prática, realmente o desempenho dos atletas sofre um declínio, mas a queda não é tão acentuada como parece.

Analisando jogos ocorridos na NFL desde 1991, os números mostram que, em jogos realizados com os termômetros marcando 21°C ou mais, as equipes combinam, em média, para 42,5 pontos, mas, com 4°C ou menos, a média cai para 41 pontos. Quanto a média de turnovers (1,90 x 1,81), aproveitamento de passes (81,6% x 76,5%) e field goals (66,8% x 58,1%), fica notório de que a diferença entre jogos disputados em temperaturas mais altas e outros disputados em mais baixas não é tão abissal.

O frio e o jogo aéreo

Embora os números não apontem uma queda tão brusca de rendimento no frio, é inegável que equipes que baseiam seu jogo em passes pelo alto acabam sofrendo quando jogam nessas condições. Não a toa, por ter seu estilo de jogo baseado nisso, o Denver Broncos é cotado a sofrer muito com isso, mais que o Seattle Seahawks inclusive, no confronto deste domingo.

O que ressalta o quanto o Broncos deverá encontrar dificuldades é o aproveitamento de seu quarterback em jogos realizados com 0°C ou menos. Em 10 partidas realizadas nestas condições, Peyton Manning foi capaz de levar seu time a vitória em apenas duas ocasiões, o que evidencia as dificuldades físicas para um jogador tão preciso manter tal qualidade com temperaturas tão baixas.

Em sua história, a NFL já contou com diversos jogos de pós-temporada sendo realizado em temperaturas extremamente baixa. Analisando os cinco jogados sob a temperatura mais baixa nota-se que, geralmente, a equipe perdedora era a que tinha melhor aproveitamento de passes ao longo da temporada. Confira na tabela abaixo:

Data

Evento

Localidade

Temperatura (°C)

Placar

Média de passes na temporada do vencedor (jardas/jogo)

Média de passes na temporada do perdedor

(jardas/jogo)

31/12/1967

Final da NFL

Green Bay

-25

Packers 21 x 17 Cowboys

168.9

199.9

10/01/1982

Final da AFC

Cincinatti

-22,7

Bengals 27 x 7 Chargers

249,7

296,2

07/01/1996

Playoffs da AFC

Kansas City

-21,1

Colts 10 x 7 Chiefs

191,5

188,8

04/01/1981

Playoffs da AFC

Cleveland

-20,5

Raiders 14 x 12 Browns

182,4

249,1

20/01/2008

Final da NFC

Green Bay

-20

Giants 23 x 20 Packers

197,1

270,9

É claro que tais partidas foram disputadas em condições muito mais gélidas do que a prevista para o MetLife Stadium neste domingo, contudo, a conclusão apresentada de que equipes que passam mais a bola encontram maiores dificuldades no frio é realmente real.

Diante disso, para domingo, como já dito, o Broncos não deve ter vida mais fácil. A equipe ostenta a incrível marca de 315 jardas/jogo na temporada, enquanto o Seahawks tem a média de apenas 148 jardas/jogo, ou seja, baseando-se no que a prática mostra tanto quanto para Peyton Manning quanto na história, a franquia de Seattle larga na frente para a decisão de domingo, entretanto, em uma temporada em que quebrou tantas marcas tanto individuais como coletiva, por que Manning  e cia não poderiam surpreender a todos mais uma vez? De fato, o melhor é esperar para ver.

O Super Bowl XLVIII ocorre neste domingo (2) no MetLife Stadium. Nele, Denver Broncos e Seattle Seahawks disputarão o título da NFL. Diante de tudo isso, a equipe da VAVEL Brasil traz para você ao longo desta semana uma sequência de matérias especiais a respeito de ambas equipes (história, análise, perfis dos principais atletas) para passar todo o clima da decisão ao leitor. 

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