O futebol americano é a modalidade que mais ganha espaço no cenário esportivo brasileiro, não só em audiência, mas também na prática. Muitas equipes treinam no Brasil nas categorias fullpad e flag. Porém nem só de times masculinos vive o FaBr, a cada dia o futebol americano feminino vem crescendo mais e ganhando mais credibilidade.

A equipe Golden Lions, de Belo Horizonte, atualmente é a única da capital mineira que conta com as modalidades feminina e masculina no futebol americano, além da equipe de cheerleading. Um dos fundadores e atual Head Coach de ambas as equipes, Pedro Henrique Gomes, conta que resolveu criar o time feminino pois considera o esporte mais incluso e democrático e queria atender a essa parcela que ele via rondar o esporte, querendo jogar, mas não encontrava oportunidades.

Pedro também destaca que na primeira seletiva feminina, a chamada foi ‘mostre que o futebol americano também é esporte de mulher’. O Lions surgiu com um pilar de quebrar estereótipos, no time feminino que é esporte para homens e no cheerleading que é apenas balançar os pompons, sendo que já reconhecido como esporte olímpico pelo Comitê Olímpico Internacional.

A quarterback da equipe de BH, Priscila Lima, destaca que, por já ter treinado na equipe masculina e agora treinar com as mulheres, a dinâmica é totalmente diferente e tem sido uma experiência de crescimento coletivo e pessoal muito satisfatória. A jogadora diz que o futebol americano é o jogo mais apaixonante, intenso, inteligente e inclusivo do mundo. “Ao contrário do que pensam, aqui não se usa só a força bruta, nós dos times femininos estamos aqui e já provamos isso, mas também a inteligência! Um esporte assim não merece ser conhecido com timidez”, afirma Priscila.

As mulheres não estão presentes somente dentro de campo, mas também nas comissões técnicas, nas diretorias, nas imprensas e nos staffs das equipes. Embora ainda haja alguns tabus e algumas pessoas que não concordem ou não queiram, nem todas as portas estão fechadas para as mulheres que querem e correm atrás de suas vontades, em qualquer área.

A Ponte Preta Gorilas, equipe paulista, é um outro exemplo de inclusão. Thainá Monteiro é fotógrafa e assessora do time e conta que possui uma relação de irmandade com os atletas e que, apesar de seu primeiro contato direto com eles ter sido numa viagem de ônibus, na qual ela era a única mulher presente, nunca houve desrespeito. Ela acredita que, infelizmente, as mulheres no esporte em geral ainda precisem se esforçar mais para provarem sua capacidade. A fotógrafa também afirma que nunca sentiu opressão por parte dos homens, pois tem o elemento visual para provar que sabe fazer seu trabalho, mas que já viu e ouviu outras mulheres do meio que sentiram.