O sucesso da Mercedes é invejável. A equipe vive ótimo momento, tendo conquistado nos últimos seis anos todos os títulos possíveis de piloto e de construtores, algo inédito na Fórmula 1. E é óbvio que esse sucesso é visto como ambição nas concorrentes e é o assunto mais polêmico de 2020.

No dia 17 de Fevereiro, a Racing Point lançou seu RP20, nome dado ao chassi do carro desta temporada. E logo de cara já trazia semelhanças com outro monoposto da categoria. Após os primeiros testes, as semelhanças foram confirmadas com o desempenho forte e um ritmo próximo da Ferrari. O carro em si, era comentado como uma cópia do F1 W10, que deu ao Lewis Hamilton seu hexacampeonato. 

Relação entre Racing Point e Mercedes

A relação da Racing Point com a Mercedes, é antiga e vem antes mesmo da equipe possuir esse nome. Em 2009, na segunda temporada da Force India, nome anterior da equipe que foi comprada por Lawrence Stroll, houve um acordo de fornecimento do motor entre a construtora alemã e até então, a equipe indiana. A relação não parou por aí. 

Um dos pilotos de desenvolvimento, na época, da Mercedes foi emprestado para a Force India. O piloto em questão, é Esteban Ocon, hoje na Renault. Esteban disputou 41 corridas em duas temporadas, tendo participado na transição da equipe indiana para as mãos de Lawrence. O seu empresário ? Toto Wolff. 

Nos últimos meses, Lawrence Stroll adquiriu 16% das ações da Aston Martin e recentemente confirmou que retornará a Fórmula 1 como equipe, substituindo a Racing Point. E segundo jornais europeus, como a Daily Mail, a relação amigável envolvendo Toto e Lawrence, o colocaria como favorito pra assumir um cargo. Lembrando que o contrato de Toto Wolff com a Mercedes, encerra em 2020. 

A polêmica

O assunto envolvendo as semelhanças dos carros, acabou sendo deixado de lado, com o agravamento da Covid, doença infecciosa, na Europa e depois no restante dos países do calendário, mas foi retomada com a declaração recente de Cyril Abiteboul, chefe da Renault. Em entrevista ao canal Plus, ele não poupou palavras contra a concorrente.

"Eles têm ótimos fotógrafos, isso é certo. Mas, para ser justo, notei como eles disseram honestamente que copiaram. Acho que é a primeira vez desde que entrei na Fórmula 1 que alguém se orgulha de copiar. É como alguém que cria obras de arte superfeliz com o trabalho feito. No entanto, não vale a pena a peça original, nem o orgulho de trabalhar em uma peça original"

A declaração de Cyril Abiteboul se referem a declaração de Andrew Green, diretor-técnico da Racing Point, a revista alemã Auto Motor und Sport. Nela, Andrew admite que a suspensão dianteira e traseira, além da transmissão serem idênticas. Entretanto, o britânico nega qualquer cópia. 

E o regulamento?

O tema é antigo e polêmico. Na década de 70, havia venda de chassis de uma equipe para outra, para se ter ideia da longevidade dessa discussão. Desde a entrada da Red Bull e de sua equipe B, Toro Rosso (atual AlphaTauri), há na Fórmula 1, uma troca de informações. A equipe B da empresa energética chegou a correr com o carro do ano anterior da principal por três anos seguidos. 

O debate esfriou, mas com a entrada da Haas que começou a comprar várias peças da Ferrari e possuir semelhanças, o debate retornou com mais força, principalmente após o sucesso da equipe americana na temporada de 2018. Mas e o regulamento, ele proíbe ? A resposta é subjetiva. É proibido a cópia da célula de sobrevivência, estrutura de capotagem, dutos de ar, estrutura de impacto frontal e carroceria. Este último com exceções de entradas de ar, radiadores e outros detalhes.

Se a ameaça for além e ir para os tribunais, veremos um debate bem amplo das relações e do regulamento. Tudo isso você verá na VAVEL.