Nem sempre as trajetórias das equipes de Fórmula 1 estão frescas nas memórias do fã da principal categoria automobilística do planeta. Há 70 anos havia o primeiro campeonato mundial de F1, mas de lá para cá muita coisa mudou, entre elas as equipes, que hoje compõem o grid. Hoje, dez construtoras brigam pelo título, entretanto você conhece a histórias de todas elas?

Assim, VAVEL Brasil relembra os principais momentos de Alfa Romeo, Alpha Tauri, Ferrari, Haas, McLaren, Mercedes, Racing Point, Red Bull Racing, Renault e Williams. Serão duas semanas de publicações, esta primeira terão as cinco primeiras citadas acima. Em seguida, as outras cinco da ordem alfabética. Sem mais delongas, vamos com a primeira bicampeã:

Alfa Romeo

Alfa Romeo atualmente disputa a Fórmula 1 com a nomenclatura oficial de Alfa Romeo Racing Orlen enquanto é manuseada pela Sauber Motorsport AG. O nome Alfa Romeo possui flashbacks importantes na F1. A marca competiu nas corridas de automóveis como construtor e fornecedor de motores esporadicamente entre 1950 e 1987, e em seguida como parceira comercial a partir de 2015. Dessa forma, o avanço rápido do século XXI e o toque italiano se fundem com a sensibilidade suíça numa nova era para a equipe anteriormente conhecida como Sauber Motorsport. E foram os pilotos da marca Alfa Romeo que conquistaram os dois primeiros Campeonatos Mundiais de Pilotos da principal categoria do automobilismo planetário: o italiano Giuseppe Farina, em 1950, e o argentino Juan Manuel Fangio, em 1951. Após os dois ápices inaugurais, a equipe nunca mais conseguiu repetir toque no céu.

Depois de um bom tempo retirada, a marca Alfa Romeo voltou na temporada de 2018 como patrocinador principal da então equipe Sauber. Porém, no dia 1 de fevereiro de 2019, a Sauber muda seu nome de construtor para Alfa Romeo Racing, entretanto, a propriedade e a administração do time permaneceram inalteradas e independentes. Tendo desfrutado de um certo sucesso nos carros esportivos internacionais, onde ajudou a nutrir os talentos emergentes dos futuros ídolos da F1, como Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen, Peter Sauber guiou seu esquadrão de mesmo nome na F1 no ano de 1993. Desde então, a equipe se estabeleceu como um time tradicional no gride de F1, tornando-se vencedores de corridas sob a breve autoridade da BMW e desenvolvendo uma reputação considerável e reconhecida, não somente pela produção de carros competitivos, mas também pelo desenvolvimento de jovens condutores talentosos.

Início tortuoso

Bicampeã! Sim, foi dessa forma que a Alfa Romeo começou na Fórmula 1 — diga-se de passagem, que a categoria surgiu em 1950 com seu primeiro campeonato oficial. Italiano da equipe Alfa Romeo, Giuseppe Farina pode se orgulhar com seu time de época por ser o primeiro piloto a sentir o sabor do título de condutores. Um ano depois, foi a vez da lenda Juan Manuel Fangio, argentino que, também com a mesma equipe, foi campeão. Após o troféu levantado, Fangio ganhou outros quatro mundiais de pilotos: 1954, 1955, 1956 e 1957, em carros dos times Maserati, Mercedes e Ferrari. No entanto, a Alfa Romeo se retirou do protagonismo ainda no início da década.

O carro de Fórmula 1 Alfa Romeo 159, guiado por Fangio em 1951
O carro de Fórmula 1 Alfa Romeo 159. Foi com um desses que Fangio venceu em 1951 (Foto: Reprodução/Alfa Romeo)

A partir do ano de 1961, fornecer motores foi a principal participação da Alfa Romeo naquele tempo da F1. Sem conseguir competir com os motores concorrentes nos anos 60, como BRM, Climax, Ferrari, Repco e Ford, o time italiano ficou a ver navios movendo carros das equipes Cooper, LDS, McLaren e March. Mas foi em 1976 que o motor Alfa Romeo teve seu primeiro esboço de bons resultados na Brabham, que ficou em terceiro lugar no campeonato de construtores em 1978 e Niki Lauda em quarto no campeonato de pilotos (os melhores resultados como fornecedora).

Em 1979, a Alfa Romeo retornou como equipe e fornecedora apenas à Brabham. Depois, de 1983 a 1987, volta a fornecer para a pequena Osella, time italiano. Em seguida, com a parceria com a Orsella a todo vapor, o motor da Alfa passa a ser desenvolvido pela própria Orsella, que não teve algum grande sucesso em 1985, 1986 e 1987, fazendo com que a Alfa Romeo se retirasse da Fórmula 1. Enquanto isso, de 1979 a 1985 a equipe Alfa Romeo flutuava entre maus e regulares resultados. Tanto é que o melhor desfecho foi em 1983, quando fechou a temporada em terceiro no mundial de construtores.

Nos anos de 1984 e 1985, a Alfa Romeo teve parceira forte da Benetton, que viria a ser uma equipe independente em 1986. De novo, a Alfa sai de cena, onde retornaria um bom tempo depois.

Em 2018, a Alfa Romeo retorna à categoria numa parceria técnica e comercial com a equipe Sauber, que detinha motores Ferrari. Assim, ficava cravado o nome oficial de Alfa Romeo Sauber F1 Team. E os pilotos da equipe suíça — fundida com a italiana — em 2018 eram o monegasco Charles Leclerc e o sueco Marcus Ericsson. Mas no final daquela temporada, o jovem e promisso piloto monegasco fecharia contrato com a Ferrari, enquanto o finlandês Kimi Räikkönen chegava para substituí-lo.

Atualidade a partir de 2019

Para o ano de 2019, a Alfa Romeo reapareceu como equipe após a Sauber ser rebatizada para Alfa Romeo Racing, porém, a propriedade e gerenciamento seguiu a mesma, tanto que a sede ficou na mesma Suíça. Assim, desde 1985, é a primeira vez que a Alfa Romeo aparece na Fórmula 1 com seu nome próprio. Todavia, o 2019 da Alfa Romeo foi um pouco abaixo do esperado. Longe de seu tempo áureo da década de 50, quando teve o italiano Giuseppe Farina (1950) e o lendário argentino Juan Manuel Fanggio (1951) campeões do mundial de pilotos, a equipe liderada pelo CEO francês Frédéric Vasseur ficou só la na oitava posição, com 57 pontos, à frente apenas da Williams e da Haas no mundial de construtores.

Com Kimi Räikkönen, 40 anos, e Antonio Giovinazzi, 25 anos, na equipe, Vasseur teve que motivar o experiente finlandês, já campeão, e o jovem italiano iniciante na categoria. Um trabalho e tanto.

Por diversas vezes na parte de trás do grid, Kimi não se sentiu confortável em estar presente nas disputas pelas posições do segundo pelotão da F1 (já que RBR, Ferrari e Mercedes estão em outro patamar). Mesmo assim, em seu desempenho individual, ele conseguiu mostrar um bom resultado. Em 21 provas, somou 43 pontos, longe de sua boa forma no auge, com 103 pódios na carreira e 315 GPs corridos.

Sem a famosa e importante experiência de conhecer os "atalhos das pistas", Giovinazzi não conseguiu ótimos resultados com seu Alfa Romeo, decepcionando parte do time. Foram só 14 pontos, o que o deixou apenas à frente de Grosjean (Haas), Kubica (Williams) e Russell (Williams) entre os pilotos.

Posição final dos pilotos da Alfa Romeo em 2019:

GP Räikkönen Giovinazzi
Austrália 15º
Bahrein 11º
China 15º
Azerbaijão 10º 12º
Espanha 14º 16º
Mônaco 17º 19º
Canadá 15º 13º
França 16º
Áustria 10º
Grã-Bretanha out
Alemanha 12º 13º
Hungria 18º
Bélgica 16º 18º
Itália 15º
Singapura out 10º
Rússia 13º 15º
Japão 14º 16º
México out 14º
EUA 11º 14º
Brasil
Abu Dhabi 13º 16º
PONTOS 43  14 

out: não completou

Assim sendo, o melhor Grande Prêmio para os dois pilotos da Alfa Romeo foi o do Brasil. Lembrando que no Circuito de Interlagos, em São Paulo, muitas reviravoltas foram vistas. Uma das melhores corridas do ano. Num todo, foram 11 etapas em que a equipe marcou pontos. E com os motores Ferrari em 2019, a sensação final nos boxes suíços foi de que poderia haver um resultado um pouco melhor. E para 2020, a mesma dupla de pilotos já está confirmada, assim como esperança de uma posição mais satisfatória ao fim do ano

(Foto: Reprodução / Alfa Romeo Racing)
Giovinazzi no GP do Brasil (Foto: Reprodução / Alfa Romeo Racing)
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