O Grande Prêmio de São Paulo da Fórmula 1 foi realizado neste último final de semana. Os eventos realizados na sexta-feira (12), no sábado (13) e no domingo (14), tiveram como grande protagonista o britânico Lewis Hamilton. O piloto da Mercedes protagonizou ultrapassagens fenomenais, um poder de recuperação incrível e mostrou todo seu talento. Consequentemente, acirrou ainda mais a disputa do campeonato de pilotos entre ele e Max Verstappen. O holandês da Red Bull lidera por 14 pontos de diferença em relação ao inglês.

Esclarecido tudo isso, é importante dizer que este jornalista que vos fala é um grande fã da Fórmula 1 desde pequeno, quando acompanhava as corridas com meu avô pela televisão, e neste fim de semana tive a primeira experiência assistindo a categoria mais rápida do automobilismo mundial in loco. Trarei o relato para vocês de como foi essa experiência em Interlagos.

Dia 1 (sexta-feira) 

Infelizmente, por conta do meu atual emprego, não consegui acompanhar os treinos de sexta da Fórmula 1.

Dia 2 (sábado)

Na sexta-feira à noite, peguei o ônibus do Rio de Janeiro em direção a São Paulo com três horas de atraso no embarque. Com isso cheguei na cidade, guardei minha mala e já fui direto ao Autódromo, a ansiedade era muito grande. Após cerca de uma hora dentro de metrô e trem, enfim pude avistar Interlagos e toda sua grandeza.

Porém, perdi novamente grande tempo para conseguir adentrar as arquibancadas do Setor Q. Uma enorme fila de torcedores, de todo o lugar do Brasil e do mundo, fez com que eu e meus amigos ficássemos mais 90 minutos do lado de fora.

Entrei a tempo de acompanhar o segundo treino livre. E os 60 minutos de sessão me deixaram impressionados com a velocidade dos carros e com o barulho dos motores. Era um sonho sendo realizado!

Fãs lotaram as arquibancadas em Interlagos. Foto:Edilson Dias
Fãs lotaram as arquibancadas em Interlagos| Foto: Edilson Dias

Fim de treino. Hora de conhecer a loja oficial da Fórmula 1, cada item mais bonito que o outro. Os preços? O mais barato custava cerca de R$300, um boné do Ayrton Senna. O da Mercedes ou da Ferrari estava o dobro desse valor. Não foi dessa vez que levei um souvenir para casa.

Loja oficial da Fórmula 1 em Interlagos. Preços chamaram a atenção. (Foto: Edilson Dias)
Loja oficial da Fórmula 1 em Interlagos. Preços chamaram a atenção | Foto: Edilson Dias

Aliás, os preços praticados estavam acima da média. Um refrigerante custava R$9, uma lata de cerveja por R$13,50 e se quisesse comer? Bom, tinha pastel por R$15, churrasco custando R$19 e batata frita sendo comercializada por R$21. Felizmente era liberado levar comida em pacote fechado, porém não podia entrar com bebidas.

Durante a espera de três horas sob o sol escaldante entre o fim do segundo treino livre e o início do Sprint Race, eis que surge a notícia: "Lewis Hamilton desclassificado. Largará da última posição." Revolta de milhares de torcedores da Mercedes e felicidade do Fã Clube de Max Verstappen.

Tudo caminhava para uma vitória tranquila do holandês da Red Bull e para uma corrida de recuperação de Lewis Hamilton. Porém logo na largada, Valteri Bottas tomou a dianteira e ultrapassou Max Verstappen na primeira curva.

Na corrida mais curta do fim de semana, Hamilton conseguiu a façanha de ultrapassar incríveis 15 carros e pular da 20ª para a quinta posição em apenas 24 voltas de corrida. Enquanto Verstappen ameaçou Bottas por algumas voltas, porém não conseguiu ultrapassar o finlandês da Mercedes.

Dois fatos interessantes: quando passava cerca de quatro ou mais carros juntos na reta oposta, as arquibancadas do setor Q balançavam bastante, parecia jogo de futebol. E chamou minha atenção a mudança repentina no tempo. Durante as três de intervalo do treino livre para o início da Sprint Race, o Sol forte castigava o público. Porém assim que começou a prova, muitas nuvens e ventos tomaram conta de todo o circuito, mas sem chuvas.

Na saída do autódromo, o público estava boquiaberto com o que Hamilton tinha acabado de fazer. Simplesmente ganhou 15 posições em apenas 24 voltas e tirou o prejuízo que teria na corrida de domingo, visto que perderia cinco posições no grid por alterações no motor.

Saída do público em Interlagos. (Foto: Edilson Dias)
Saída do público em Interlagos |Foto: Edilson Dias

Dia 3 (domingo)

Sem dúvidas, o dia da corrida principal é o que gera a maior expectativa. Tanto que não existia fila duas horas antes de começar o GP, praticamente todos entraram cedo para não perder nada. Vale destacar que foram 181 mil pessoas nos três dias da Fórmula 1 em Interlagos, sendo este o recorde da história da prova.

Cerca de uma hora antes do início da corrida, os carros começaram a ir para a pista. Imediatamente o público se levanta e comemora como se fosse um gol, principalmente quando os carros da Mercedes e Red Bull saem dos boxes.

A expectativa só vai aumentando conforme o tempo vai passando. Toca o hino nacional brasileiro, passa a esquadrilha da fumaça por cima do circuito, sobe o som da música de abertura, ligam-se os carros e logo após a volta de apresentação, um silêncio quase que total.

Começa o GP e já na primeira curva, Verstappen assume a ponta. Ainda na primeira volta o Perez assume a segunda posição. Os torcedores da Red Bull foram a loucura. Era o melhor início de prova possível para a equipe. Um torcedor chegou a arriscar: "acabou a prova, já temos um vencedor". Felizmente, ele estava enganado.

Restavam 70 voltas pela frente e Lewis Hamilton que largou em décimo, já estava na sexta posição. Não demorou muito para assumir o terceiro lugar, mas existiam dois problemas. Ele precisava passar o Perez e tirar a distância imposta pelo Verstappen.

Eis que surge a oportunidade quando o Safety Car precisa entrar na pista. Com a distância reduzida, Lewis ultrapassou o Perez pouco depois da relargada. Era hora do tão esperado duelo entre Verstappen e Hamilton.

Safety Car colaborou para aproximação de Lewis Hamilton (Foto: Edilson Dias)
Safety Car colaborou para aproximação de Lewis Hamilton | Foto: Edilson Dias

O britânico tentou por algumas vezes e em uma delas, Max simplesmente espalhou e jogou Hamilton para fora da pista. Foi o estopim para a torcida escolher um lado, vaias para Verstappen e incentivo para o heptacampeão. Aliás, a torcida estava bastante dividida entre Mercedes e Red Bull, porém existiam torcedores de quase todas as equipes. A única equipe que não tinha apoio era a Haas, e impressiona a lentidão do carro.

Após ser jogado para fora da pista, Hamilton deu uma segurada aguardando punição para Max. A FIA entendeu que não era necessário e foi então que os ataques aumentaram. Acabou sendo inevitável a ultrapassagem, com pneu melhor e um carro mais equilibrado Lewis ultrapassou Verstappen de maneira brilhante e levou o público a loucura, muita festa nas arquibancadas. Dali até o fim da prova, os torcedores comemoravam a cada volta.

E não foi só a disputa pela vitória que empolgou. Lando Norris teve problemas na largada, caiu para último e fez uma excelente prova de reabilitação, terminando na décima posição. Pierre Gasly lutou bravamente contra os carros da Alpine e suas ultrapassagens arrancaram aplausos do público.

Com o fim da prova, muitos se emocionaram com Hamilton carregando a bandeira do Brasil, gesto que ficou marcado por Ayrton Senna. Os torcedores do Setor A aproveitaram para invadir a pista e ir comemorar a vitória do heptacampeão de perto. Os que estavam no Setor Q, o da reta oposta, ficaram com inveja e invadiram a pista também.

Torcedores invadiram a pista após o fim da prova | Foto: Edilson Dias
Torcedores invadiram a pista após o fim da prova | Foto: Edilson Dias

Obviamente, eu não pude perder a oportunidade e conheci cada detalhe do circuito de Interlagos, as curvas, o asfalto, o S do Senna, os boxes. Quase chorei de tanta emoção e de estar ali com meus amigos, realizando um sonho que começou quando assistia com meu avô e do Hamilton ter vencido a corrida da maneira que foi, ele que era o piloto preferido do meu avô.

Fórmula 1, muito obrigado por esse momento incrível!


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