Ainda não foi desta vez que o tênis feminino do Brasil comemorou o título de um Grand Slam. Apesar da luta, a brasileira Beatriz Haddad Maia e a cazaque Anna Danilina não conseguiram desbancar a dupla cabeça de chave 1, Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova na final do Australian Open 2022, na madrugada deste domingo (30).

As atuais campeãs olímpicas viraram a partida e venceram por 2 sets a 1, parciais de 6/7(3), 6/4 e 6/4, em 2h42. Este é o quarto título de Major da dupla, que também são campeãs do WTA Finals.

O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio. Apesar de Haddad Maia/Danilina terem quebrado o serviço das adversárias logo no terceiro game, o set foi decidido apenas no tiebreak, após as tchecas devolverem a quebra sofrida no oitavo game.

Na disputa decisiva, a brasileira e a cazaque estiveram mais concentradas e conseguiram abrir 6/0 e fecharam a parcial em 7/3. Foram 17 winners, dois aces e 77% de aproveitamento dos pontos tentados no primeiro serviço para as vencedoras.

O segundo set também foi marcado pelo equilíbrio, mas com desfecho diferente da primeira parcial. Mais concentradas e errando menos, Krejcikova/Siniakova conseguiram uma crucial quebra de serviço logo no primeiro game do set e sustentaram a vantagem até o fim. Haddad Maia/Danilina até tiveram chance de devolver a quebra no sexto game, mas não conseguiram efetivar. Ao todo, as jogadoras da República Tcheca tiveram 75% de aproveitamento dos pontos tentados em seu primeiro serviço e fecharam o set em 6/4.

O terceiro set foi de maior superioridade de Krejcikova e Siniakova. As tchecas forçaram duas quebras de serviço, no quinto e sétimo games e, apesar da ameaça de reação de Danilina e Haddad Maia no oitavo game - com uma quebra devolvida - conseguiram confirmar a vitória por 6/4 num incrível lob vencedor de Krejcikova.

Marcas históricas para o Brasil

Apesar da derrota, há muito o que Beatriz Haddad Maia comemorar. Além de chegar à final de modo inesperado teoricamente, já que iria jogar com a argentina Nadia Podoroska, que se lesionou, é a melhor campanha brasileira no aberto australiano na Era Aberta, desde 1968. Tanto a cazaque, quanto a brasileira, vão estrear no top 50 quando houver a atualização do ranking na próxima semana. 

Em seu discurso ao final do jogo, Bia relembrou que perdeu uma final de duplas juvenil em Roland Garros, em 2013, para as mesmas adversárias - o que demonstra o entrosamento e qualidade de ambas. A brasileira ainda ficou emocionada ao relembrar sua trajetória desde 2021, quando voltou de lesão no dedo e retomou as participações no circuito profissional desde torneios W25.