Uma medalha de ouro conquistada quatro anos antes que coroou uma geração de atletas elevou o patamar da Seleção Brasileira de Voleibol Feminino. Após a espetacular conquista em Pequim 2008, a Olimpíada em Londres 2012 ganhava ares ainda maiores. O peso de manter o sucesso em uma modalidade coletiva era muito mais forte. A cobrança aumentava muito e durante os jogos a superação foi o vetor fundamental para o bicampeonato inédito. No especial preparado pela VAVEL Brasil, veja como o vôlei deu orgulho ao Brasil com uma bela conquista na capital do Reino Unido.

Dificuldades e classificação nos últimos momentos

O Brasil conquistou a vaga na Olimpíada com o título do Pré-Olímpico da América do Sul, realizados entre os dias 9 e 13 de maio de 2012. A partir daí, a preparação foi bastante intensa. As 12 seleções classificadas foram divididas em dois grupos com seis equipes. A Seleção Brasileira ficou no grupo B, ao lado dos Estados Unidos, da China, da Coreia do Sul, da Turquia e da Sérvia.

As quatro melhores colocadas se classificavam. A estreia foi com muita dificuldade. O Brasil sofreu para vencer a Turquia no tie-break e o sinal de alerta começou a ser ligado. Em seguida, páreo duro contra a equipe norte-americana e derrota por 3 sets a 1, algo completamente esperado, embora a derrota nunca é cogitada.

No terceiro jogo, o sinal de alerta foi ligado e a possibilidade de um fracasso imediato foi colocada à tona. Momentos de tensão. Contra a Coreia do Sul, um passeio da seleção asiática. Vitória por 3 a 0, domínio sul-coreano e os brasileiros não encontravam explicações.

Para manter as chances de classificação, o Brasil precisava vencer os dois jogos restantes e torcer por combinações de resultados para manter vivo o sonho do bicampeonato olímpico. Antes de pensar nas outras partidas, as meninas tinham que fazer a sua parte. E o desafio era muito difícil, contra a China. A tradicional seleção na modalidade dificultou o páreo. Ao fim das contas, vitória no quinto set. 

Na última rodada, era necessária a vitória brasileira contra a Sérvia e o triunfo dos Estados Unidos contra a Turquia. As norte-americanas venceram por 3 a 0 e facilitaram o caminho do Brasil, que não encontrou dificuldades em bater as sérvias pelo mesmo placar e garantir classificação no quarto lugar da chave.

Porém, as dificuldades estavam longe de acabar. Nas quartas de final, por causa da colocação ruim na fase de grupos, a adversária era a fortíssima Rússia, algoz em edições anteriores. E uma suada vitória. As russas tinham nas mãos a possibilidade de vencer o jogo no quarto set, mas o Brasil reuniu forças, empatou o confronto e conquistou mais uma vitória no tie-break.

Na semifinal, mais um oponente asiático. O Japão. Porém, diferente das complicações esperadas, o Brasil conduziu bem a partida e venceu sem dificuldades as japonesas. Apesar de muito perrengue, a medalha de prata estava garantida.

Final coroa a superação em toda a disputa olímpica

Os Estados Unidos, que garantiram o Brasil nas fases eliminatórias, tinham a oportunidade de dar o troco pela derrota de quatro anos antes. Era a melhor chance de conquistar a dobradinha no vôlei - uma vez que a equipe masculina conquistou o ouro sobre os brasileiros um dia depois.

No primeiro set, um passeio estadunidense (25-11). Era nítido o total domínio das norte-americanas no jogo. Mas a situação mudou a partir do segundo set. O Brasil aos poucos retomou a condução do duelo decisivo. A disputa pela medalha voltou a ficar equilibrada e o Brasil conquistou a virada e venceu por 3 a 1 (11-25/25-17/25-20/25-17). O bicampeonato olímpico veio depois de muita luta, dificuldade e superação.

Ficha técnica

Meio de rede - Fabiana, Adenízia e Thaísa

Levantadoras - Dani Lins e Fernandinha

Pontas - Paula Pequeno, Jaqueline, Fernanda Garay

Opostas - Tandara, Natália, Sheilla

Líbero - Fabi

Comissão técnica

Chefe da delegação - Leonardo Moraes

Técnico - José Roberto Guimarães

Auxiliares - Paulo Coco e Cláudio Pinheiro

Preparador físico - José Elias Proença

Médico - Júlio Nardelli

Fisioterapeuta - Alexandre Lopes Ramos

Estatístico - Marco Antônio di Bonifácio

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Sobre o autor
Taynã Melo
Editor VAVEL Brasil