Renovação, palavra que tem se tornado aos poucos uma realidade em geral no esporte italiano. Começando pela seleção de futebol comandada por Antonio Conte que, começou uma reformulação na equipe e acabou saindo do cargo para dar lugar a Giampiero Ventura, até a seleção de vôlei treinada por Blengini. Tarefa árdua, mas que com pouco tempo no comando, vem mostrando que os Azzurri podem alcançar o lugar máximo do pódio. Após uma 4ª colocação na última Liga Mundial, a Azzurra vem para a olimpíada do Rio apontada como uma das grandes favoritas ao tão sonhado ouro.

A Itália vem mostrando nas últimas competições ser um time que sabe sacar como poucos. São escassas as equipes que têm um aproveitamento tão bom no saque, o que torna a jogada um dos pontos chaves para buscar a medalha. A Seleção Italiana ainda está um pouco abaixo de Brasil, Estados Unidos e França, mas é uma diferença mínima e que não a faz menos candidata ao inédito ouro olímpico.

O caminho até à Olimpíada

Os italianos acumulam duas pratas, dois bronzes e desde Atlanta 1996 estão chegando no mínimo nas semifinais das Olimpíadas. Atualmente não tem conseguido voos maiores nos jogos, ficando com o bronze em 2012 e em 4º lugar no ano de 2008. Mas a tradição da Itália no voleibol é um ponto a favor

A classificação Italiana para os jogos do Rio veio na Copa do Mundo, na qual terminou com a segunda colocação e garantiu a vaga olímpica. Os italianos venceram o confronto contra a Polônia. Era um confronto decisivo. Era a última rodada da competição e a Azzurra precisava vencer por 3 sets a 0 ou 3 sets a 1 para se classificar.

A Azzurra derrubou os poloneses pelas parciais de 26/24, 22/25, 25/22 e 25/19 fazendo os 3 sets a 1 necessários. O resultado deixou as duas seleções empatadas em 29 pontos, mas os italianos levaram vantagem no set average (3,750 contra 2,818).

O craque italiano

Ivan Zaytsev, o jogador mais caprichoso e provavelmente o mais talentoso entre os 12 convocados que irão representar a Itália nos Jogos Olímpicos no Rio 2016. Entre os melhores opostos do mundo, com 27 anos de idade tentou sacrificar até mesmo no papel de ponteiro para oferecer uma solução tática para o time.

O jogador voltará ao Rio de Janeiro após o famoso afastamento da seleção na temporada passada, quando ele e três companheiros teriam atrasado suas reapresentações após folga do grupo, assim sendo enviados para casa por Mauro Berruto. Não demorou e o atleta imediatamente retomou o lugar que merece, brilhou na Copa do Mundo em que conseguiu a classificação para os Jogos Olímpicos e no Europeu, no qual infelizmente, ficou apenas com a medalha de bronze.

Ivan Zaytsev é o único jogador, além do capitão Birarelli, que já participou dos Jogos Olímpicos pela Azzurra. Em Londres, em 2012, ele foi um dos principais jogadores da equipe que ganhou o bronze sob o comando de Mauro Berruto. A Olimpíada passada foi um de seus muitos pódios com a equipe nacional, mas ainda falta uma medalha de ouro para ser conquistada pela seleção.

O comandante

A Itália mudou de técnico na temporada passada, logo depois do término da Liga Mundial, antes da Copa do Mundo, onde foi vice-campeã. Saiu o conservador Mauro Berruto, que brigou com alguns atletas, e entrou Gianlorenzo Blengini.

Gianlorenzo Blengini, de 43 anos, foi promovido de assistente técnico da Azzurra a treinador da equipe. Blengini, no início da carreira, foi auxiliar técnico, em clubes, de dois ex-treinadores da Seleção Italiana, Julio Velasco e Mauro Berrutto. Como treinador, ele levou o Top Volley Latina às semifinais da temporada 2014-15 da Liga Italiana.  Assumiu a Azzurra com o objetivo central de classificar o time para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e, em seguida, fazer um bom campeonato europeu.

É verdade que houve pouco tempo para que o novato aplicasse seus conceitos, mas não se pode negar que o técnico italiano fez bom uso, pelo menos até aqui, do seu tridente principal e de outros bons jogadores que vieram a agregar qualidade equipe.

Tendo o ouro como um sonho. A Itália tem perseguido por uma vida os louros mais preciosos, desde a final sensacional contra a Holanda, em Atlanta, em 1996, e contra a geração de craques do Brasil, em Atenas, 2004. Será este o momento certo para acabar com um tabu e enfim consagrar uma geração de fenômenos?

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Sobre o autor
Jean Costa
Escritor nas horas vagas da vida boêmia, apaixonado por esportes, em busca do jornalismo para fazer diferente; romancista e apaixonado por crônicas.