O Mundial 2002, realizado numa fusão entre a Coreia e o Japão, está ainda hoje presente na mente de muitos portugueses. Para a selecção nacional surgia um momento de grandes expectativas, após uma fase de apuramento sem qualquer derrota e a presença do melhor do mundo de 2001 no leque dos convocados, fazia prever um campeonato de excelência que acabou por se transformar numa das piores prestações de sempre.

A chegada ao Mundial 2002

Na fase de apuramento para o Mundial na Coreia/Japão, Portugal fazia parte do Grupo 2 onde encontrou como adversários a República da Irlanda, a Holanda, a Estónia, o Chipre e Andorra. Ao realizar 10 jogos, a selecção das quinas somou sete vitórias e três empates: dois contra a Irlanda e um contra a Holanda. Desta forma a selecção comandada por António Oliveira foi apurada no primeiro lugar do grupo, com os mesmos pontos da República da Irlanda.

Os 23 eleitos para a Coreia/Japão

António Oliveira era o treinador da selecção nacional que contava com um grupo forte e com um dos melhores jogadores do mundo, o médio Luís Figo. A convocatória continha o nome de Kenedy uma das surpresas mas saiu da lista quando acusou 'doping' nos testes da FIFA, sendo Hugo Viana o escolhido para ocupar o lugar deixado vago.

Luís Figo - Melhor Jogador do Mundo em 2001 actuava na selecção portuguesa

Guarda-Redes: Nelson (Sporting); Ricardo (Boavista); Vítor Baía (Porto)

Defesas: Frechaut (Boavista); Abel Xavier (Liverpool); Rui Jorge (Sporting); Jorge Costa (Charlton); Jorge Andrade (FC Porto); Fernando Couto (Lazio); Caneira (Benfica); Beto (Sporting)

Médios: Luís Figo (Real Madrid); Rui Costa (Milan); João Pinto (Sporting); Sérgio Conceição (Internazionale); Pedro Barbosa (Sporting); Petit (Boavista); Hugo Viana (Sporting); Paulo Sousa (Espanyol); Paulo Bento (Sporting);

Avançados: Pauleta (Bordeaux); Nuno Gomes (Fiorentina); Capucho (Porto)

Fase de Grupos

Com uma excelente caminhada até à chegada ao Mundial 2002 na Coreia/Japão, a tão esperada fase de grupos chegou e o grupo das quinas era constituído pelos EUA, pela Polónia e pela Coreia do sul. O grupo parecia acessível para a selecção portuguesa porém nada correu como esperado.

Portugal - EUA (2-3)

Portugal entra no Mundial no dia 5 de Junho, frente a uns EUA mais fracos mas muito determinados em vencer. Aos 36 minutos, a equipa nacional estava a perder três bolas a zero e só depois deste resultado consegue impor o seu ritmo de jogo. Apesar de ainda conseguir marcar dois golos, um pelos pés de Beto antes do intervalo e um autogolo aos 71 minutos, Portugal perdeu e começou a ver as contas mais apertadas.

Portugal - Polónia (4-0)

Em dia de aniversário do seleccionador nacional, António Oliveira chega ao relvado de muletas por ter torcido o pé no hotel onde a equipa estava hospedada. O jogo de Portugal contra a Polónia foi o único bem conseguido de toda a fase de grupos do Mundial, Pauleta fez um hat-trick e Rui Costa fechou as contas do marcador, somando um total de 4-0.

Coreia do Sul - Portugal (1-0)

No último jogo do Campeonato do Mundo, Portugal sofreu uma derrota frente à Coreia do Sul por uma bola a zero. Dentro do relvado João Vieira Pinto foi uma das figuras do jogo quando, aos 26 minutos, foi expulso com vermelho directo depois de uma entrada por trás a Park. O avançado português após a falta e o cartão vermelho, ainda agrediu o árbitro da partida, tendo esta atitude ficado para sempre marcada na sua carreira.

Mais tarde foi Park que marcou o golo da vitória da Coreia, já após a selecção portuguesa ter perdido mais um jogador em campo, desta vez Beto, com acumulação de amarelos.

O adeus ao Mundial 2002

Com estes resultados, a equipa de António Oliveira não foi além de um terceiro lugar no grupo do Mundial, o que a levou a regressar a casa mais cedo e sem alcançar os objectivos pretendidos. Muitos dos jogadores portugueses que representaram as quinas neste ano não voltaram a vestir as camisolas da selecção devido à sua idade e este foi o seu último Campeonato do Mundo. O Mundial 2002 no Japão/Coreia foi uma desilusão para a maioria dos portugueses e para a própria equipa pois esperava-se mais de uma selecção que atravessava uma excelente fase antes do início do campeonato.