Com base em critérios como a regularidade, nível qualitativo exibicional, preponderância na manobra da sua equipa e parâmetros quantitativos (golos, assistências, passes acertados, número de golos sofridos, etc...), a equipa Vavel Portugal vestiu a pele de seleccionador e fez alinhar o seu melhor onze do Mundial 2014.  Aqui estão eles:

Guarda-redes: Manuel Neuer

Imperial na baliza da sólida defesa alemã, Neuer esteve impecável ao longo de todo o Mundial, raramente cometendo falhas. Pouco a fazer nos golos sofridos, o gigante germânico mostrou tranquilidade, reflexos e um tremendo à vontade no desempenho da função de líbero. Nas bolas aéreas o seu domínio foi inquestionável.

Defesa direito: Phillip Lahm

Tacticamente evoluído, experiente e fiável: assim se descreve o capitão Lahm. Versátil e inteligente, Lahm começou o Mundial a médio centro e derivou depois para a lateral direita, mostrando valências a todo-o-terreno. Forte a defender e atrevido a descer pelo seu flanco, o jogador de 30 anos raramente falha um passe e joga com clarividência mesmo sob pressão.

Defesa esquerdo: Daley Blind

Começou o Mundial de modo sublime e isso não deve ser esquecido: duas assistências telecomandadas para dois golos de belo efeito que contribuíram para a goleada sobre a então campeã Espanha. Apesar de não ser um lateral eloquente no modo de actuar, Blind demostrou uma visão de jogo refinada e uma execução de passe aprimorada, roubada aos médios criativos. Seguro a defender, foi uma opção constante nos apontamentos de Van Gaal, tendo até entrado para a lista de marcadores do Mundial, com um golo frente ao Brasil.

Defesa central: Matt Hummels

Uma das estrelas mais brilhantes desta Copa. Hummels foi um central imponente nas alturas, dominando a zona defensiva e fazendo estragos no espaço aéreo adversário: marcou dois golos importantes, subindo por entre as torres lusas e francesas para, com assertividade, marcar a diferença. Lúcido na leitura do jogo, calmo e frio na hora de desarmar os adversários, Hummels espalhou classe pelos relvados brasileiros, liderando com indisfarçável qualidade a defesa mais eficaz da prova. Tacticamente irrepreensível, o central germânico nem sequer um único cartão amarelo viu.

Defesa central: Ezequiel Garay

O novo defesa do Zenit provou que é um dos melhores centrais do mundo actualmente: frio na abordagem ao jogo, impassível nos duelos e meticuloso na fórmula de fazer cumprir o plano táctico defensivo. Assim, com uma liderança tão invisível quanto natural, Garay encabeçou a manobra recuada da Argentina, mostrando uma atenção elevada a todos as incidências de jogo - um bastião de segurança e rigor. Não será por acaso que a selecção alviceleste apresentou dos melhores rendimentos defensivos da prova.

Médio centro defensivo: Javier Mascherano

Mascherano foi o médio defensivo mais raçudo, completo e tenaz deste Mundial 2014, deixando a pele em campo para que a selecção argentina pudesse soltar-se para o ataque com todas as suas unidades ofensivas. Combativo e voluntarioso, fez dos seus cortes preciosos e da sua incansável pressão na zona média um vício que só beneficiou o modo de jogar da Argentina: o quarteto defensivo bem pode agradecer o papel fulcral que Mascherano desempenhou ao longo da Copa. Uma demonstração de que o verdadeiro Mascherano pode ser bem melhor que aquele que temos visto no Barcelona.

Médio centro organizador: Toni Kroos

Com quatro assistências e dois golos apontados, Kroos foi sem dúvida um dos mais influentes craques da Mannschaft. Médio completo de características polivalentes, Kroos personificou a fiabilidade alemã no coração da táctica de Low, dando pulsar ao sistema de domínio de posse de bola (Kroos contou com 85% de passes certos) que a selecção germânica tanto privilegiou. Versátil, nunca deixou de auxiliar os colegas no processo defensivo, soltando-se com facilidade para a organização do jogo atacante: bisou contra o Brasil, deixando a marca do seu futebol total.

Extremo direito: Arjen Robben

Uma flecha laranja que passou por este Mundial 2014: rápido como um raio, mortífero no duelo individual, desequilibrador nato - assim foi Arjen Robben, um dos melhores jogadores da Copa. Com o turbo ligado desde o primeiro jogo contra a Espanha, o extremo de 30 anos nunca deu descanso às defesas contrárias, galgando metros infinitos sempre com o intuito de espalhar pânico pela área adversária...e conseguiu. Bisou contra a campeã no 5-1 memorável (que qualidade técnica na execução dos golos!) e voltou a marcar contra a Austrália, tendo executado uma assistência contra o Chile. Foi o motor de explosão da «laranja mecânica».

Extremo esquerdo: Lionel Messi

Os números não nos dão grande margem para dúvidas: Messi foi crucial no percurso da Argentina, marcando quatro golos essenciais e fazendo uma assistência de ouro que resolveu a partida contra a Suíça, nos oitavos-de-final. Apesar de não se ter mostrado afoito nem ter apresentado níveis exibicionais exuberantes, sem ele, dificilmente a selecção de Sabella teria sequer passado a fase de grupos - Messi marcou quatro golos nessa fase, decidindo sozinho o 1-0 diante do Irão (grande remate em arco) e bisando contra a Nigéria. Na retina fica também a jogada individual que resultou em golo, diante da Bósnia.

Médio ofensivo centro: James Rodríguez

Provavelmente, o melhor jogador do torneio: James entrou a todo o gás neste Mundial e saiu com igual pujança, demonstrando que o seu talento futebolístico é praticamente inesgotável. Veloz, virtuoso, tecnicista, goleador, enfim, ele mesmo um autêntico manancial de recursos ofensivos ao serviço da Colômbia, tirando coelhos da cartola para gáudio dos adeptos do futebol. Marcou seis golos (melhor marcador da prova) e realizou dois passes para golo (contra o Japão), personificando a alma colombiana e o cha cha cha de futebol perfumado com que os «cafeteros» brindaram o mundo. O golo diante do Uruguai é uma ode à magia da modalidade.

Avançado: Thomas Muller

Uma mão cheia de golos e a prova provada de que o futebol clássico dos pontas-de-lança está morto e enterrado: Muller é o exemplo do «ataque 2.0», onde a implosão da utilização do ponta-de-lança clássico dá lugar à predominância do avançado móvel, versátil, rápido, capaz de flanquear o jogo e dar profundidade à construção das jogadas ofensivas, descendo várias vezes no terreno para equilibrar a manobra da sua formação. Com as suas movimentações em toda a largura do campo, Muller foi eficaz e ainda permitiu aos colegas brilharem - 3 assistências para golo e um quebra-cabeças para os seus marcadores directos.

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