A sombra de Júlio César abafou a baliza encarnada, deixando o já inseguro Artur num fatídico limbo do qual dificilmente sairá. O guarda-redes deverá perder a titularidade para o compatriota internacional, e salvo peculiar sucessão de tragédias, não mais regressará à titularidade permanente das redes do Benfica. No Vitória de Setúbal x Benfica de amanhã, Júlio César deverá ser o guardião de serviço, estreando-se pelo clube da Luz.

Artur Moraes vinha de uma temporada onde perdera definitivamente a titularidade para o jovem talentoso Oblak, mas, com a ida do esloveno para a capital espanhola, Artur teve um vislumbre do que seria readquirir o poder de ser dono da baliza do Benfica - a pré-época não lhe correu de feição (frangos contra o Valência acentuaram a necessidade de encontrar novo «keeper») e, objectivamente, nem o arranque oficial da temporada. Artur hesitou em várias situações, falhando em momentos cruciais, embora não chegasse a pagar por isso (o jogo da Supertaça foi o exemplo mais descarado).

Apesar da latente insegurança entre os postes, Artur disfarçou as suas pechas com quatro grande penalidades defendidas nos 300 minutos em que manteve a baliza do Benfica virgem. Mas tal feito foi apenas um pequena pedrada no charco, sem repercussão ou sinal de melhoria (técnica e psicológica). Contra o Sporting, o brasileiro cometeu um escandaloso erro, assistindo Slimani para o golo leonino do empate, perante uma Luz incrédula.

«Claro que o Júlio César deve ser titular. É mais do que óbvio que o Artur, apesar das qualidades que demonstrou ter, foi tendo algumas infelicidades nos últimos tempos que o marcaram profundamente. Por isso, é um jogador sem condições para ser titular no Benfica. Por outro lado, ter um guarda-redes titular da selecção do Brasil, que já foi considerado o melhor do Mundo, e tê-lo como suplente não faz sentido. Acho que mais tarde ou mais cedo, o Jesus optará pelo Júlio César», comentou ontem a antiga glória encarnada, Diamantino Miranda, em declarações à Rádio Renascença.

 

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