Após a saída de Jan Oblak para o Atlético de Madrid, dúvidas pairaram no defeso de 2014 em relação a quem seria o eleito pelos responsáveis encarnados para substituir o jovem esloveno, tendo sido referidos nomes conhecidos para aqueles que acompanharam o Mundial 2014, como Karnezis e Sergio Romero, bem como nomes que passam mais despercebidos ao comum adepto de futebol, como é o exemplo de Loris Karius.

Júlio César tal como Michel Preud'homme

Mas foi mesmo no Mundial de 2014 que o Vieira e Jesus encontraram solução: Júlio César, veterano guarda-redes internacional brasileiro, chegou a Portugal e assinou contrato válido por duas temporadas, numa transferência curiosamente semelhante àquela que trouxe Michel Preud’homme para o Benfica em 1994, quando após se destacar no Mundial dos Estados Unidos, o belga chegou a Lisboa com os mesmos 35 anos.

A escolha não se mostrou consensual, com vários adeptos a torcerem o nariz à escolha da equipa técnica e direcção: apesar do seu invejável palmarés, o 20 dos encarnados chegou à Luz com 35 anos, e na ressaca da eliminação histórica do Brasil, que foi vergado no seu próprio país pela selecção alemã, num memorável 7-1. 

719 minutos sem sofrer golos

As críticas prolongaram-se e chegaram a Leverkusen, onde numa partida frente ao Bayer a contar para a Liga dos Campeões o brasileiro esteve longe de fazer uma boa exibição, sendo catalogado por muitos como um lesionado crónico, muito por conta da sua idade.

Contudo, rapidamente o cenário transfigurou-se e Júlio César provou ser a melhor escolha para as redes encarnadas: actualmente, o Benfica leva uma série de 719 minutos sem sofrer golos, numa altura em que o líder e capitão Luisão esteve afastado devido a uma mazela sofrida no jogo frente ao Futebol Clube do Porto. Esta série de inviolabilidade das redes encarnadas só é mesmo ultrapassada por 3 nomes icónicos na história do Benfica: Zé Gato (836 minutos); Silvino (755 minutos); e Bento (por duas ocasiões – 839 e 1065 minutos).

Não tendo a mesma agilidade com que o brasileira defendia as redes do Inter de Milão, o brasileiro parece aliar a sua vasta experiência a uma excelente capacidade de comunicação e coordenação da linha defensiva encarnada que, por várias ocasiões, pôde apenas contar com elementos de “segunda linha”, como César, Loris Benito, ou até mesmo André Almeida.

Neste momento, o internacional brasileiro parece respirar confiança, e essa confiança não só contagia os restantes jogadores como poupa igualmente os próprios adeptos de dissabores que por vezes sofreram por conta de más exibições de Artur, que no início da temporada era o guardião número 1 das redes encarnadas.

Seguem-se partidas frente a Paços de Ferreira, Boavista e Sporting, e é com curiosidade que a Vavel avalia o desempenho de Júlio César que, de uma forma ou de outra, já entrou na galeria de guarda-redes com as maiores séries de jogos sem sofrer golos na história do Sport Lisboa e Benfica.

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