A luta pelo título de campeão 2015/2016 prevê-se intensa com os 3 grandes a disputarem jogo a jogo com a ambição de vencer. Na 2ª jornada, nem Sporting, nem Porto, nem Benfica somaram 3 pontos o que diz muito da carga emocional e da pressão que estes 3 emblemas revelam neste frenético início de época. Quem irá reagir melhor ao deslize?

Sporting: leões tropeçam nos móveis pacenses

Em estreia absoluta em Alvalade para o campeonato, o Sporting de Jorge Jesus recebeu o Paços de Ferreira e não foi além de um empate a 1 bola. Com a cabeça em Moscovo, os leões adiantaram-se no marcador ao minuto 41 por Carrillo, mas depararam-se com uma velha máxima do futebol: quem não marca, sofre. Ao minuto 80, na conversão de uma grande penalidade, o médio internacional português Pelé não tremeu diante de Rui Patrício, fixando o resultado final.

Este jogo para a liga surgiu numa altura em que os de Alvalade discutem a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao CSKA de Moscovo, ficando a sensação de que poderiam ter acelerado mais frente à equipa da capital do Móvel. O Sporting mostrou-se ineficaz na abordagem aos lances de ataque estando psicologicamente a pensar no decisivo embate da próxima Quarta-feira, frente aos russos. Animicamente, este empate poderá fragilizar a equipa de Jorge Jesus, mas por outro lado a motivação do plantel deverá ser superior por tudo o que esta eliminatória poderá significar (desportivamente e financeiramente).

Quando se ganha o desgaste físico passa para segundo plano, mas perante esta igualdade no campeonato, o Sporting poderá vir a evidenciar quebras de rendimento tendo no entanto a seu favor a vantagem de 2-1 trazida da primeira mão. Finalmente, dependendo do desfecho da partida frente ao CSKA entra também em equação que no próximo Domingo, o Sporting terá uma deslocação a Coimbra para a 3ª jornada do campeonato, onde com certeza não quererá perder terreno na feroz luta pelo título.

FC Porto: fantasma madeirense assombra Lopetegui

Na partida imediatamente a seguir ao Sporting x Paços de Ferreira, o FC Porto entrou em campo no Caldeirão dos Barreiros para enfrentar o Marítimo registando o empate a 1 bola imitando os rivais de Alvalade. Para os dragões de Julen Lopetegui jogar na Madeira parece ser um trauma e o técnico espanhol volta, à imagem da temporada passada, a imprimir uma rotatividade no plantel, que à 2ª jornada e sem competições europeias se torna um pouco inexplicável. Os madeirenses inauguraram o marcador ao minuto 5, por intermédio de Edgar Costa e na resposta o FC Porto apenas evitou males maiores com um tiro certeiro de Herrera, à passagem do minuto 34 da primeira metade. Perante um investimento astronómico feito pelos invictos no reforço do plantel, este empate significa que a equipa portista apesar de ter qualidade individual precisa ainda de ganhar rotinas e dinâmicas com um onze base que Lopetegui parece ainda não ter encontrado.

Com a saída de Alex Sandro, as transições do flanco esquerdo dos dragões perderam algum fulgor e na frente as saudades de Jackson ainda se fazem sentir. Esta escorregadela portista poderá fazer com que animicamente o Porto entre mais pressionado no tribunal do dragão para a 3ª jornada, onde ficará a incógnita quando às escolhas de Lopetegui para formar o onze inicial. É unânime que as contratações do FC Porto foram de altíssima qualidade, mas cabe ao treinador saber ou não formar um verdadeiro conjunto para que depois as individualidades possam sobressair. A luta pelo título está intensa e no próximo Sábado frente ao Estoril o Porto quererá resolver cedo o jogo pois quanto mais tarde surgir o primeiro golo pior será psicologicamente para os jogadores azuis e brancos.

Benfica: campeão derrotado não aproveitou os desaires dos rivais

Sabendo dos empates de Sporting e Porto, o Benfica deslocou-se até ao estádio de Aveiro, onde formou uma moldura humana incrível dando a sensação de ter jogado no estádio da Luz. Com a possibilidade de se isolar no comando da classificação, os pupilos de Rui Vitória demonstraram nervosismo na entrada para as quatro linhas e num forte contra-ataque no minuto 3, o Arouca inaugurou o marcador por intermédio de Roberto, gelando as ambições dos encarnados. A partir do golo, os guarda-redes de ambas as equipas brilharam e apesar do Benfica ter tido maior caudal ofensivo, a verdade é que o resultado não se iria alterar, verificando-se a primeira derrota no campeonato e a segunda em 3 jogos oficiais.       

Animicamente, o Benfica terá de ser mentalmente muito forte para reagir a este desaire uma vez que não soube dar continuidade à goleada frente ao Estoril, voltando a pairar no horizonte da Luz a péssima pré-época e a derrota na Supertaça frente ao Sporting. A motivação terá que ser feita por parte do treinador, que irá com certeza pegar nos pontos positivos nesta derrota, na medida em que os encarnados começam a assimilar melhor as ideias do técnico tendo estado ofensivamente intenso na segunda parte precisando, no entanto, de melhorar no aspeto defensivo.

Para o jogo do próximo Sábado, frente ao Moreirense, a melhor amiga da equipa encarnada será a paciência, uma vez que o seu opositor se irá apresentar na Luz com uma postura defensiva ficando à espreita de deslizes na troca de bola das águias. Em suma, o Benfica não poderá desesperar na busca pelo golo, porque esse desespero poderá ser fatal para uma equipa, que se encontra bastante fragilizada emocionalmente, apesar da grandiosa qualidade da equipa bicampeã nacional.

Um ano e meio depois, os 3 grandes perdem pontos em simultâneo

O fenómeno desta segunda jornada do campeonato 2015/2016 não é inédito, mas é raro. Basta apenas recuar um ano e meio quando na jornada 29, Sporting, Benfica e Porto perderam pontos em bloco. Foi na época 2013/2014, onde o Benfica acabaria por se sagrar campeão que se registou nessa mesma jornada empates de 1-1 dos encarnados em Setúbal e do Sporting diante do Nacional exatamente pelo mesmo resultado. Por sua vez o Porto acabou por ser derrotado ao despromovido Olhanense por 1-2.

Curiosidades à parte é inegável que estamos perante um dos campeonatos mais disputados de sempre pelos três rivais lusos, uma vez que todos eles apresentam estruturas fortes, treinadores ambiciosos e planteis com grande qualidade futebolística. A pressão de ganhar será uma máxima para os três, mas no final das 34 jornadas só uma equipa vencerá e com tanta competitividade fenómenos como os desta jornada poderão repetir-se nesta temporada.

VAVEL Logo
Sobre o autor