39ª colocada no ranking da WTA. Segunda rodada do primeiro Grand Slam do ano, o Australian Open. Jogando em sua nova casa, Daria Gavrilova enfrenta a sexta cabeça de chave do torneio, Petra Kvitova da República Tcheca. Bicampeã de Wimbledon, a tenista tcheca vinha de vitória tranquila sobre a tailandesa Luksika Kumkhum por dois sets a zero, com parciais de 6/3 e 6/1, em um pouco mais de uma hora de jogo.

Já Gavrilova, em sua terceira participação no Major australiano, derrotou a também tcheca Lucie Hradecka na primeira rodada. Em jogo apertado, ela venceu por 7/6 e 6/4, igualando seu melhor resultado na competição: em 2013, após passar pelo qualifying, bateu a norte americana Lauren Davis na estreia, mas acabou caindo na rodada seguinte para a ucraniana Lesia Tsurenko.

No histórico recente, as duas haviam se enfrentado em apenas uma oportunidade. Em 2015, Kvitova vencera em partida apertada, por 6/3 4/6 e 7/5, na primeira rodada do WTA de Wuhan, na China. "Eu ainda não sei como consegui vencer" disse a tcheca após a vitória. "Partidas como essa são importantes para ganhar confiança, além de serem bons testes: se você vencer, mostra que está 100%".

A jovem australiana não tinha razões para temer a adversária, apesar desta estar entre as 10 melhores do mundo. Gavrilova vinha de título da Hopman Cup, ao lado do compatriota Nick Kyrgios. Na competição, ela venceu sua partida de simples diante da alemã Sabine Lisicki, por duplo 6/2. Além de derrotar a mesma Lisicki e Alexander Zverev, jogando ao lado de Kyrgios.

O primeiro set foi marcado por muitas falhas da tcheca, que não conseguiu impor seu estilo de jogo, e, cometendo muitos erros não forçados, 35 na partida toda, acabou tendo o saque quebrado e viu Gavrilova fechar em 6/4 e sair na frente do jogo.

A segunda parcial pareceu uma repetição da primeira. Kvitova novamente errando muito, acabou sofrendo na mão da jovem australiana de 25 anos e novamente viu a atleta da casa fechar o set em 6/4 e a partida em dois a zero, para delírio do público presente na Margaret Court Arena.

"Vim para este jogo muito confiante que poderia vencer Petra. Ela não disputou nenhum torneio antes do Australian Open, então eu sabia que poderia ser uma boa chance de vence-la essa noite" declarou a australiana após a surprendente vitória.

Acostumada com as grandes conquistas, vencer tenistas do top 10 nunca foi complicado para Gavrilova. Como júnior, ela venceu o US Open de 2010 quando derrotou a russa Yulia Putinseva na final, por dois sets a zero. Dois anos depois, foi campeã de Roland Garros jogando ao lado da russa Irina Khromacheva, quando bateu a paraguaia Montserrat Gonzalez e a brasileira Bia Haddad Maia na final por dois sets a um.

Ainda na temporada passada, a australiana supreendeu a todos com duas expressivas vitórias: no WTA de Miami, venceu na segunda rodada a russa Maria Sharapova por dois sets a zero, com parciais de 7/6 e 6/3. "Eu ainda não consigo acreditar. Vencer a Maria era meu sonho desde criança, desde que a vi ganhar da Serena na final de Wimbledon. Eu a adimiro desde os 12 anos." disse após a vitória.

Meses depois, no WTA de Roma, a jovem australiana voltaria a fazer estragos. Na segunda rodada, sua adversária seria a sérvia Ana Ivanovic, ex-campeã de Roland Garros. Após perder o primeiro set por 7/5, Gavrilova surpreendeu e venceu as duas últimas parciais no tiebreak.

Após vencer Kvitova, na terceira rodada do Australian Open, sua aversária seria outra cabeça de chave: a jovem francesa Kristina Mladenovic. Em um jogo de quase 3 horas de duração, Gavrilova ganhou o primeiro set por 6/4. A francesa empatou, vencendo a segunda parcial por 6/4. No terceiro e decisivo set, foram necessários 20 games para que a australiana vencesse: 11/9.

Na entrevista após a partida, Gavrilova mostrou que sua espontaneidade vai além das quadras. Sem pensar muito antes de falar, soltou uma frase que, no mínimo, pode ser interpretada erroneamente. Resultado: arrancou risos dos torcedores presentes.

Na quarta rodada, a australiana teria pela frente a espanhola Carla Suárez Navarro - 10ª cabeça de chave do torneio. Gavrilova iniciou o jogo de forma arrasadora: venceu por 6/0 em 25 minutos. A segunda parcial foi mais equilibrada e a tenista da Espanha venceu por 6/3 num momento de distração da australiana. Confiante, Suárez Navarro elevou seu jogo. Já extremamente irritada, Gavrilova perdeu as estribeiras e deixou seu serviço ser quebrado em duas oportunidades. Como resultado, a 10ª cabeça de chave encerrou a participação de Gavrilova nesse Australian Open após vencer por dois sets a um, com parciais de 0/6 6/3 e 6/2.

Na chave de duplas mistas, Gavrilova joga ao lado de seu namorado, Luke Saville, motivou pela qual trocou a Rússia pela Austrália. Porém, acabaram derroatdos pela parceria entre o pauistânes Aisam-Ui-Haq Qhreshi e a cazaque Yaroslava Shvedova por dois sets a zero.

Sem duvidas, este foi um Australian Open inesquecível para Gavrilova. O primeiro de muitos. A melhor cobertura do primeiro Grand Slam do ano, o Australian Open, você acompanha na VAVEL Brasil.